06/09/2011

Crise Europa






  
Falta de confiança que
domina os mercados
acabou por encarecer
o financiamento bancário
e bloquear o acesso a
alguns bancos



Standard & Poor's alerta para nova recessão


A agência de notação financeira Standard & Poor's acredita que a recuperação do sector bancário europeu "estagnou" e adverte para as perdas na banca caso a Europa volte a mergulhar numa recessão.
"Se a Zona Euro voltar a cair em recessão, antevemos um aumento das perdas de crédito. A magnitude das perdas dependerá da profundidade e da duração da recaída", refere a agência num comunicado sobre o sector bancário europeu esta terça-feira divulgado.


De acordo com o documento, citado pela EFE, "se a segunda recessão for da mesma magnitude daquela que ocorreu em 2008-2009, as perdas de crédito poderão superar as de então", uma vez que as instituições financeiras que sofreram um processo de reestruturação estão ainda numa situação bastante débil.
A Standard & Poor's faz ainda um diagnóstico da situação do sector financeiro que, segundo destaca, sofreu um "esgotamento" no processo de recuperação que se iniciou após a última crise.
A agência de 'rating' destaca ainda que por detrás desta desaceleração estão as piores expectativas de crescimento na zona euro: a aversão ao risco e a volatilidade actual dos mercados financeiros.
De acordo com a Standard & Poor's, a recuperação da banca dependerá do modo como se "restaurar a ordem nos mercados da dívida soberana, se aumentar a confiança nos mercados interbancários e se evitar a queda numa segunda recessão na Europa".
A falta de confiança que domina os mercados, destaca ainda o comunicado, acabou por encarecer o financiamento bancário e bloquear o acesso a alguns bancos.
Outro factor negativo apontado pela Standard & Poor's como prejudicial para os bancos é a perda de valor da dívida soberana, que provoca uma depreciação na sua carteira de títulos de dívida, deixando para os Governos o respectivo resgate.








    Acções desvalorizam
    por toda a Europa
    enquanto  juros das
    dívidas soberanas
    continuam a subir
Segunda-feira negra nas bolsas


As bolsas voltaram ontem a reflectir o clima de crise económica e de incerteza, que continua a ameaçar as economias dos países europeus, com uma queda generalizada. Em Portugal, todos os títulos do PSI 20 fecharam a valer menos, perdendo 2,8 por cento, ou seja, cerca de 1,5 mil milhões de euros.

A derrota dos partidos que constituem o governo alemão nas eleições regionais de domingo, liderado por Angela Merkel, e as declarações da directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), alertando sobre a possibilidade de uma recessão mundial iminente, lançaram ontem o pânico nos mercados, provocando a queda generalizada das cotadas europeias.

Enquanto as bolsas americanas permaneciam fechadas, devido ao feriado nacional, na Europa, as descidas variaram entre os 3,58 por cento de Londres e os 5,28 por cento de Frankfurt.
Entretanto, no mercado da dívida pública, a Grécia também era penalizada pelos mercados, com os juros exigidos pelos investidores para negociarem títulos de dí-vida grega a bater máximos e superar os 50 por cento na maturidade a dois anos. Segundo a Bloomberg, os juros da dívida grega negociaram nos 50,384 por cento, acima dos 47,298 por cento registados durante a manhã de ontem.
Apesar das declarações do presidente da Comissão Europeia a afastar um cenário de recessão, o alerta de Cristine Lagarde continuou a soar mais forte do que as palavras de Durão Barroso. Para a directora do FMI, poderá estar iminente uma recessão mundial.
Entretanto, a agência de rating Standard and Poor’s ameaçou qualificar com a nota de ‘especulativos’ os eventuais eurobonds europeus que seriam garantidos pelos países da Zona Euro, segundo a edição de ontem do jornal alemão ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung’.

    JUROS DA DÍVIDA PORTUGUESA TAMBÉM SOFREM


Os juros da dívida portuguesa reflectiram ontem a turbulência vivida nos mercados europeus, aumentando para 13,702 por cento a dois anos e para os 13,922 por cento, a três anos. Já os juros das obrigações a cinco anos atingiram os 11,846 por cento, enquanto na maturidade a 10 anos, subia para os 10,735 por cento. Os investidores continuam assim a impor preços elevados para financiar os países mais fragilizados da Zona Euro, sobretudo os que já pediram intervenção externa