Acções desvalorizam
por toda a Europa
enquanto juros das
dívidas soberanas
continuam a subir
Segunda-feira negra nas bolsas
As bolsas voltaram ontem a reflectir o clima de crise económica e de incerteza, que continua a ameaçar as economias dos países europeus, com uma queda generalizada. Em Portugal, todos os títulos do PSI 20 fecharam a valer menos, perdendo 2,8 por cento, ou seja, cerca de 1,5 mil milhões de euros.
A derrota dos partidos que constituem o governo alemão nas eleições regionais de domingo, liderado por Angela Merkel, e as declarações da directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), alertando sobre a possibilidade de uma recessão mundial iminente, lançaram ontem o pânico nos mercados, provocando a queda generalizada das cotadas europeias.
Enquanto as bolsas americanas permaneciam fechadas, devido ao feriado nacional, na Europa, as descidas variaram entre os 3,58 por cento de Londres e os 5,28 por cento de Frankfurt.
Entretanto, no mercado da dívida pública, a Grécia também era penalizada pelos mercados, com os juros exigidos pelos investidores para negociarem títulos de dí-vida grega a bater máximos e superar os 50 por cento na maturidade a dois anos. Segundo a Bloomberg, os juros da dívida grega negociaram nos 50,384 por cento, acima dos 47,298 por cento registados durante a manhã de ontem.
Apesar das declarações do presidente da Comissão Europeia a afastar um cenário de recessão, o alerta de Cristine Lagarde continuou a soar mais forte do que as palavras de Durão Barroso. Para a directora do FMI, poderá estar iminente uma recessão mundial.
Entretanto, a agência de rating Standard and Poor’s ameaçou qualificar com a nota de ‘especulativos’ os eventuais eurobonds europeus que seriam garantidos pelos países da Zona Euro, segundo a edição de ontem do jornal alemão ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung’.
JUROS DA DÍVIDA PORTUGUESA TAMBÉM SOFREM
Os juros da dívida portuguesa reflectiram ontem a turbulência vivida nos mercados europeus, aumentando para 13,702 por cento a dois anos e para os 13,922 por cento, a três anos. Já os juros das obrigações a cinco anos atingiram os 11,846 por cento, enquanto na maturidade a 10 anos, subia para os 10,735 por cento. Os investidores continuam assim a impor preços elevados para financiar os países mais fragilizados da Zona Euro, sobretudo os que já pediram intervenção externa